Eu quero que você venha
comigo para um lugar difícil de ir... É um lugar pesado, doloroso, e que não
podemos ir com ânimo leve. Mas é um dos lugares mais importantes das
Escrituras, mas importantes da história.
Um pequeno jardim no pé
do Monte das Oliveiras em Jerusalém, chamado de Getsêmani. Lá havia um lugar
onde o fruto da oliveira era prensado para se fazer azeite. Por isso o nome do
lugar em aramaico era este.
Agora pare e olhe para
o contexto desta história.
Antes que o mundo
existisse, Deus estava só na sua auto-suficiência perfeita e eterna. Ele jamais
teve um início, Ele sempre foi... Sempre existiu – não “só” – porque sempre
existiu numa “comunidade” – Um só Deus, três pessoas – Pai, Filho e Espírito Santo. Existindo em perfeita
união, profundo e interminável amor um pelo outro.
É difícil para nós
imaginarmos o tipo de amor que existe na trindade porque cada relacionamento
que conhecemos, mesmo os melhores, são contaminados pelo pecado... mesmo entre anjos que jamais pecaram, só
poderemos ver o finito amor de criaturas... Mas o amor do Pai pelo Filho é
eterno, infinito e perfeito, e o amor do Filho pelo Pai é eterno, infinito e
perfeito, e o amor do Espírito pelo Pai é eterno, infinito e perfeito... Não há limites na capacidade desse amor, não
há limites na força desse amor, jamais houve limite de tempo neste amor...
Todo relacionamento que
conhecemos, os melhores relacionamentos, são limitados pelo tempo. Sempre
vivemos num dilema perpétuo de tentar encontrar tempo para todos que amamos...
O dilema de - “ó como eu gostaria de
poder passar mais tempo com essa pessoa, essas pessoas... que eu amo.”
Mas Deus não é limitado
pelo tempo. E durante toda a eternidade o Pai, o Filho e o Espírito Santo
desfrutaram desse amor infinito um pelo outro.
Deus não é limitado
pelo espaço... quantos amigos eu tenho no Brasil – pelas viagens que eu fiz
para pregar... que na verdade eu só vi 3, 4, 5 vezes... porque eles moram longe
e estamos separados pelo espaço... Mas o
Pai, o Filho e o Espírito Santo tem por toda eternidade um amor perfeito um
pelo outro, na pureza infinita de santidade que sequer poder contemplar o pecado,
com uma capacidade infinita de amar um ao outro, não limitados por tempo ou
espaço. Por isso é difícil na verdade, pensarmos no tipo profundo de amor que o
Pai, o Filho e o Espírito Santo tem um pelo outro.
E assim, este Deus
perfeito em perfeita santidade e amor começou a criar. Começou a chamar todo o
Universo a existência para mostrar esta glória infinita da Trindade que jamais
teve começo.
Criou estrelas,
galáxias, um universo imenso se expandindo e que não pode ser medido... Criou
dessa forma, não por causa da coisa criada, das criaturas (Eu e você ), mas
para refletir a Sua glória, que é claro, não pode ser medida.
Deus criou grande
complexidades e espalhou pelo vasto universo... por exemplo, o olho humano. Que
tem apenas dois centímetros, mas tem mais de dois milhões de “peças” em
movimento... todas as grandes complexidades foram criadas por Deus para ser um
reflexo da grande e infinita complexidade que Ele é.
Neste universo vemos uma
ordem incrível. Neste instante por exemplo, está flutuando no espaço uma enorme bola de
gelo e poeira, que apenas seu núcleo tem 15Km de diâmetro, fora a sua grande
cauda de gás e poeira. O cometa Halley.
Em fevereiro de 1986,
eu tinha apenas 17 anos de idade, e lembro o “frisson” de todos – incluindo a
comunidade científica – com sua passagem perto da terra. Ele só passa aqui a
cada 75,3 anos pelo menos. Essa bola de poeira, gelo... viaja literalmente
bilhões e bilhões de quilômetros através do sistema solar... mas em julho de
2061 estará de volta. Eu só poderei vê-lo de novo se estiver vivo com 92 anos
de idade ( Vai ser difícil ). Deus fez algo como o cometa Halley com sua grande
órbita... a fim de exibir sua perfeita ordem... e isto é nada perto do vasto
Universo que vivemos.
Mas acima de tudo isso,
a coisa criada para expressar Deus da maneira mais profunda, é o homem e a
mulher criados à sua imagem. Para refleti-la. Para ser uma exposição do caráter
santo, criatividade e amor de Deus. Colocados na criação para proteger, manter...
a ordem dessas coisas com Deus. A santidade, a justiça...
Se alguém deseja
entender algo verdadeiro sobre Deus, tem que entender isso. Deus ama a justiça,
a retidão... e somente onde há a manifestação desses atributos do caráter de
Deus, há paz. Esta é a ideia de Shalon no hebraico. – inteireza, onde está tudo
certo, reto... onde não há preocupação, onde não há medo, onde há desconfiança
zero... onde Deus está sendo refletido como Ele é. É difícil imaginar isso. Mas
assim é o mundo que Deus criou... assim era quando tudo era uma expressão
correta do que Ele é. Assim a criação será ainda.
Porque Deus ama a
justiça ( o esplendor da glória do Seu
caráter santo )... Deus odeia a injustiça, odeia o pecado, odeia... Não há
como ser amor perfeito sem ser também ódio perfeito contra toda expressão
oposta do que é amado. Se Deus ama com amor infinito a sua glória, Ele tem que
odiar perfeitamente o que “rouba” – não reflete essa glória. Amar implica em
odiar. Ser “todo” amor é uma declaração irracional. Se você ama as crianças,
você odeia a pedofilia. Se você ama a vida, você odeia o assassinato, aborto...
Se você ama a juventude, você odeia tudo que a destrói... Se você ama o amor
entre um homem e uma mulher como Deus o criou, você odeia a pornografia...
Deus odeia a injustiça,
odeia a divisão, violência... Deus odeia o pecado!! E lembre-se. Você não tem
como separar o pecado do pecador... pois o pecado são suas ações. Por isso Deus
não condena o pecado eternamente. Ele condena o pecador eternamente.
Todo cristão devia
entender – diferente do mundo a nossa volta – este atributo que é tão mal
compreendido: Sua Ira. A ira de Deus
não é uma qualidade má... ou menos gloriosa e digna de louvor que o Seu amor...
Ela é alimentada infinitamente pelo seu profundo amor a tudo que é bom... tudo
que expressa o Seu caráter... e fundamentalmente, é alimentada pelo seu
infinito amor a coisa mais valiosa que existe, a Sua Glória. Eis a enormidade
de cada pecado.
Poderíamos dizer então,
que a ira de Deus é a sua “paixão” e energia que se opõe a tudo que se levanta contra tudo que é santo,
justo e bom... tudo que expressa a glória de quem Ele é.
A menos que você
entenda isso, você jamais compreenderá realmente a tragédia que o pecado é. Não
é por causa dos homens, seus sofrimento, dores... mas por causa dessa glória
infinita que ele difama: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus” - Romanos 3:23 – A menos que
compreenda isso, você nunca compreenderá a tragédia da desobediência a Deus.
Tendo sido colocados
para expressar da maneira mais perfeita e clara a imagem de Deus na criação, nós,
homens e mulheres, corremos para o oposto e difamamos Sua glória. Nos tornamos
uma mentira sobre Ele. Corremos para as trevas e a amamos... e devíamos ser e
amar a luz. Não somos vítimas, somos rebeldes. Não somos vítimas do pecado,
somos amantes.
Quebramos a paz com
Deus e nos colocamos no extremo oposto do que Ele é. E, portanto, a paixão
infinita de Deus por Sua glória... a paixão e energia infinita de Deus contra a
injustiça... é dirigida a nós, homens e mulheres injustos como eu e você: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus
sobre toda a impiedade e injustiça dos homens, que detêm a verdade em
injustiça.” - Romanos 1:18
E por isso, para
realmente entender o que aconteceu neste pequeno jardim (Getsêmani) há 2000 anos atrás, você tem que começar a
entender o profundo e infinito amor eterno que o Pai e o Filho tem um pelo
outro, e tem que entender claramente a ira infinita de Deus contra todo o
pecado do homem.
Apenas se entender
isso, você poderá ir para o Jardim na noite em que Jesus foi traído. Tinha
terminado a última ceia com seus discípulos... onde Ele pregou seu último
sermão, deu as ultimas instruções, orou com eles, por eles e diante deles...
Mas depois do jantar,
ele foi para o jardim, onde Lucas nos diz que era seu costume estar. Era um
lugar familiar para ele. Levou consigo os três discípulos mais próximos –
Pedro, Tiago e João. Os que tinham visto mais sobre Ele que qualquer outro.
Viram Ele ser transfigurado... E quando se dirigia ao Jardim com eles algo
aconteceu.
“E, levando consigo
Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se
muito.” - Mateus 26:37 - O Evangelho de Lucas diz que Ele agonizava.
Bem, o que estava acontecendo?
No versículo 38 lemos:
“Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui,
e velai comigo.” - Mateus 26:38 - O que está acontecendo com Jesus?
Jesus não veio a terra
para ser um mestre moral e nos ajudar a consertar o mundo e a nós mesmos. Ele
veio resgatar homens dos seus pecados: “...e chamarás o seu nome JESUS; porque
ele salvará o seu povo dos seus pecados.” Mateus
1:21
Essa é a única razão
dEle ter se esvaziado e descido. Resgatar todos aqueles que o Pai deu a Ele de
seus pecados. Naquela noite Ele tinha orado: “Eu rogo por eles; não rogo pelo
mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.” João 17:9 – Essa é a razão única porque ele teve que se identificar
conosco, se tornar um de nós...
Ele veio como um homem,
mas um homem totalmente apaixonado por Deus e Sua glória... Ele viveu para
isso... viveu a vida que deveríamos ter vivido... Ele veio porque essa era a vontade do Pai...
essa foi sua única razão.
Você vê a enorme
diferença entre nós e Jesus? Durante toda a sua vida Ele por amar o Pai, o
obedeceu com paixão completa e alegremente. Ele sabia que no plano eterno do
Pai ele tinha vindo para ser um sacrifício pelo seu povo. Tinha vindo morrer
carregando a culpa de todos aqueles que o Pai lhe dera na eternidade.
Quando garotinho na
sinagoga ele ouvia ler Isaías 53 – “Mas ele foi ferido por causa das nossas
transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz
a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.” - Isaías 53:5 –
Ele sabia que aquelas palavras eram sobre ele.
Todo tempo Ele sabia
que ia morrer, sabia que ele estava indo para ser levantado num madeiro. Ele
até ensinou isso aos seus discípulos. Quero dizer, logo após a confissão de
Pedro em Cesareia de Filipe, "tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo",
lemos em Mateus 16:21
“Daí em diante Jesus
começou a mostrar aos seus discípulos que precisava ir a Jerusalém e sofrer
muito da parte dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, e ser
morto, e no terceiro dia ressuscitar”.
Ele sabia que ia morrer
e ainda algo aconteceu naquele instante que fez Jesus começar a agonizar. Lucas
vai tão longe ao nos relatar que “posto em agonia, seu suor tornou-se como
grandes gotas de sangue caindo no chão” – Lc
22.44.
Lucas sendo um médico
estava descrevendo uma condição muito rara, mas muito real chamada hematidrosis
- e é uma condição que ocorre quando uma
pessoa está sob tanta pressão, tanta angústia ou agonia, que literalmente seus
capilares começam a estourar e eles literalmente suam sangue. Então o que
aconteceu? O que levou à tanta agonia?
A pista para a resposta encontra-se alguns
versos mais tarde em sua oração quando Ele usa a palavra Cálice. A ideia de
beber o cálice. Era sempre uma má ideia que implicava execução... mas no mundo
hebraico que Jesus viveu, o cálice significava a ira de Deus.
Como em Ezequiel 23:34 - você deve beber o
cálice e rasgar seus seios... “Bebê-lo-ás, pois, e esgotá-lo-ás, e os seus
cacos roerás, e os teus seios arrancarás; porque eu o falei, diz o Senhor DEUS.”
Ou em Isaías 51:22, onde a ira de Deus é
referida como o cálice do furor... “Eis que eu tomo da tua mão o cálice do
atordoamento, os sedimentos do cálice do meu furor...”
No jardim ele começa a
ver o cálice, e não apenas a morte, mas a ira de Deus, a ira que faz você
querer arrancar seus seios, que te faz cambalear. E Jesus estava no jardim.
Olhando para o cálice. Jonathan Edwards tem um sermão muito famoso chamado A Agonia
de Cristo, em que ele descreve este
momento.
A coisa que a mente de
Cristo estava cheia naquele momento era
o pavor que sua natureza humana e fraca tinha daquele cálice terrível, que era
muito mais terrível do que a fornalha ardente de Nabucodonosor. Ele teve então
uma visão de perto da fornalha da ira infinita em que ele seria lançado; ele
foi levado para a boca do forno para que ele pudesse olhar para ele, e contemplar
as chamas furiosas, e sentir o poder de seu calor, a fim de saber para onde
estava indo e o que ele estava prestes a sofrer. Esta foi a coisa que encheu
sua alma de tristeza e escuridão, essa visão terrível. Ele estava sendo
esmagado ali, no lugar onde o fruto da oliveira era esmagado.
Jesus começou a ver o
cálice da ira de Deus que ele ia ter de beber cheio até a borda – O ira do Pai
que Ele tinha conhecido e amado perfeitamente e profundamente sem separação por
toda a eternidade. Ele começou a sentir o Pai se afastando dele.
Nós lemos no versículo
39, - tenha em mente que este é um homem
que está olhando para o medo e terror da
ira de Deus contra o pecado. Este é um homem suando sangue.
“E, indo um pouco mais
para diante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível,
passe de mim este cálice” - Mateus 26:39
E lemos que três vezes,
três vezes, Jesus, que tinha conhecido e amado Pai perfeitamente por toda a
eternidade, chama por seu Pai. Pai, por favor, não me deixe beber o cálice.
Pai, por favor, não me faça beber o cálice, Pai eu estou lhe implorando aqui,
se há qualquer outra forma, por favor passe de mim o cálice.
E três vezes o Pai, que
amou o Filho perfeitamente e eternamente responde não, não, não!
E Jesus, que havia
olhado a ira de Deus, na boca do abismo, obedientemente respondeu desta forma:
“...todavia, não seja
como eu quero, mas como tu queres.” - Mateus 26:39
A maioria das pessoas
obedecem a Deus porque esperam que eles serão
recompensados, Jesus obedeceu a Deus, embora
ele soubesse que ia ser punido. Ele completa e perfeitamente obedeceu em
tudo a vontade do Pai.
E esta seção termina
com Jesus bebendo o cálice, ele se submete à dor que o aguardava. Nós lemos no
versículo 45:
“Então chegou junto dos
seus discípulos, e disse-lhes: Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a
hora, e o Filho do homem será entregue nas mãos dos pecadores.”
Ele bebeu o cálice,
sabemos disso - mais tarde Pedro tenta
lutar contra os soldados que vêm para prendê-lo e Jesus diz, Pedro não sabeis
que eu poderia chamar 12 legiões de anjos (72.000 anjos)... Mas eu decidi beber
o cálice...
Esta grande história...
a maior que nossos ouvidos jamais ouvirão... nos coloca no lugar certo em todas
as nossas orações. Alguém certa vez me
perguntou: "Se Deus não responde
minha oração significa que ele não me ama? Me amar significará que ele
responderá?"
Nós sabemos como viúvas
oraram para que seus maridos fossem curado de câncer... oraram, oraram... e
seus maridos morreram. Filhos, esposas, amigos, irmãos...
Deixe-me responder a
essa pergunta de duas formas e depois fazer uma observação.
Primeiro:
Lembre-se que Deus não demonstra seu amor para conosco no atendimento de nossas
orações. Deus não demonstra seu amor por nós no atendimento de nossas orações,
mas sim Deus prova o seu amor para conosco, em que, quando éramos ainda pecadores,
Cristo morreu por nós - Cristo bebeu o cálice.
“Mas Deus prova o seu
amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” - Romanos
5:8
A coisa surpreendente
sobre esta história é que o Pai está pedindo a Jesus para beber o cálice da sua
ira por pessoas como Pedro, Tiago e João, que no momento da maior necessidade
de Jesus, em sua agonia indescritível, não puderam sequer ficar acordados. Eles
precisavam de Graça soberana.
E a coisa surpreendente
sobre o Evangelho é que o Pai - o Pai
que ama seu Filho, eterna e perfeitamente... enviou seu Filho para morrer no lugar
de pecadores... homens que Ele deu a seu Filho na eternidade, para que através
da redenção deles, a glória do perfeito caráter de Seu Filho amado seja
manifestada completamente de maneira multifacetada por toda eternidade. E que
sua multiforme sabedoria ( de Deus Pai ) seja vista pra sempre: “Para que
agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos
principados e potestades nos céus, Segundo o eterno propósito que fez em Cristo
Jesus nosso Senhor” - Efésios 3:10,11.
Assim, por amor ao
Filho, e tendo dado esses homens a Seu Filho, nEle os amou, e então enviou Seu
Filho amado não apenas para morrer, mas morrer a morte mais cruel... e receber
eterna ira.
Jesus bebeu o cálice
porque ele amava e seu prazer era obedecer Seu Pai. Mas porque o Pai lhe deu um
povo para redimir, Ele os amou: “Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por
aqueles que me deste, porque são teus. E todas as minhas coisas são tuas, e as
tuas coisas são minhas; e neles sou glorificado.” - João 17:9,10. “E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum
de todos aqueles que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia.” João
6:39
Jesus assumiu a ira de
Deus contra todo o pecado, a energia infinita da paixão de Deus contra toda a
injustiça, contra tudo que difama Seu Nome, Sua glória... um castigo igual ao
inferno. Não ao inferno que os homens terão que experimentar eternamente. Mas o
inferno que todos os redimidos somados teriam que experimentar para sempre.
Tudo de uma só vez. Jesus “atravessou” o inferno e bebeu livremente todo o
cálice. Ele bebeu esse cálice para salvá-los, porque ele amou os que foram
dados a Ele por Seu Pai.
Você vê como é que Deus
demonstrou seu alto, profundo e amplo amor por você de uma forma que está além
da compreensão? Você meditará sobre isso por toda a eternidade. A profundidade
do amor de Deus por você foi exibida na cruz, no cálice.
Deixe-me parafrasear
talvez um dos maiores versículos do Evangelho - 2 Coríntios 5:21:
Jesus, que jamais
pecou, e que não conheceu pecado, ele era perfeitamente puro... foi tratado
como um pecador na cruz, para que você que pecou, e que tem conhecido uma
enorme quantidade de pecados, possa ser tratado como justo, de modo que você
possa ser feito justo...
É assim que Deus
demonstra seu amor por você, tomando todo o seu pecado, bebendo o cálice em
seu lugar e oferecendo-lhe uma posição inocente e santa diante de Deus Pai
todo-poderoso, a fim de que você possa aproveitar as riquezas de Deus por toda
a eternidade. Isto é como Deus prova o seu amor, e não por meio da oração
respondida.
A
segunda maneira que eu quero responder a pergunta: Se
Deus não responde à minha oração, isso significa que ele não me ama? É assim.
Quando Jesus, que amou
o Pai perfeitamente, completamente e eternamente orou ao Pai, o Pai não lhe
respondeu, a fim de que Ele pudesse exaltá-lo infinitamente e produzir algo
muito mais glorioso do que se ele tivesse respondido sua oração.
Jesus foi para a cruz,
ele pagou o preço pelos pecadores e foi-lhe dado o nome que está acima de todo
nome, e através de sua morte e ressurreição – foi dado a nós a certeza da vida
em seu nome... e nada jamais poderá impedir isso: “E aos que predestinou a
estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que
justificou a estes também glorificou.” - Romanos
8:30
Sempre que Deus não
responder à tua oração, lembre que o seu Pai no céu está sempre trabalhando...
não há um pardal que cai na terra fora de sua vontade – quando mais Ele tem
prazer em ouvi-lo, e fazer com que todas as coisas contribuam para o seu bem
final.
Nós sempre podemos confiar
que Deus está trabalhando para o nosso bem ao trabalhar somente para exaltar a
Sua glória.
Quando os discípulos
viram Jesus sendo arrastado naquela noite para longe deles no Jardim do
Getsêmani, devem ter pensado que não poderia haver nenhuma tragédia maior do
que aquela, mas agora, do ponto de vista que eles têm hoje, eles podem olhar
para trás, para o Jardim, e pensar – Glória, Glória, Glória a Deus por Sua
infinita Sabedoria. Deus está sempre trabalhando... sua sabedoria, suas
respostas, seu silencio, seu não, seu sim... são sempre melhores para nós.
E a última coisa que eu
quero dizer e eu me sinto compelido a fazer isso... Assim é que você deve ser
ao orar. Jesus é tão obediente à vontade do Pai, ele é tão humilde perante a
vontade do Pai, mas ele ainda se aproxima do Pai... e clamou por três vezes
esta oração honesta, apaixonada e sincera. É assim que você deve orar sempre.
Parece haver dois tipos
de pessoas no que diz respeito a oração:
A
primeira pessoa
é a que diz que você deve orar com fé, porque se você tiver fé suficiente, Deus
vai te dar o que você deseja.
A
segunda é a pessoa, é aquela que realmente não tem um
coração para a oração, e tudo que diz como desculpa é apenas um: “Deus sabe
tudo, é soberano... Ele fará o que quiser...”
Jesus não era nem uma
coisa e nem outra. Ele é corajoso, ele é persistente, ele é honesto, ele é
apaixonado, ele não retém de manifestar seu pedido ao Pai. Ele permite que todo o seu coração seja
conhecido através de sua própria boca em oração. E ele implora e suplica e clama.
Mas ele confia sabendo
que Deus é sempre bom e seus planos estão sempre certos, e sabendo que seu Pai
o amava eterna e perfeitamente. E se você está em Cristo, se foi levado a Ele soberanamente
pelo Seu Espírito, foi levado ao arrependimento... o Pai te ama nEle com um
amor perfeito, profundo e eterno:
“Como também nos elegeu
nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis
diante dele em amor; E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo,
para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, Para louvor da glória de
sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado” - Efésios 1:4-6
E para que jamais
nuvens de dúvida cubram o esplendor da promessa que brilha como o sol, Jesus
nos deu um maravilhoso lembrete – Voltar ao Jardim, tomar o cálice e pão... e
recordar a Aliança eterna que Ele fez conosco.