Theodore Dalrymple é um
grande escritor. Ele é um médico britânico aposentado.
(Anthony Daniels
(nascido em 11 de outubro de 1949), que geralmente usa o pseudônimo de Theodore Dalrymple. Ele é um escritor
Inglês e médico psiquiatra aposentado.
Ele trabalhou em uma série de países africanos subsaarianos, bem como no East
End de Londres. Antes de sua aposentadoria, em 2005, ele trabalhou na City
Hospital, Birmingham e Winson Prison Green no centro da cidade de Birmingham ,
Inglaterra.)
Dadas estas definições,
ele viu e ouviu um monte de coisas desagradáveis ao longo dos anos em
hospitais, prisões... Em um de seus ensaios ele fala sobre como ele costumava
acreditar que as pessoas eram basicamente boas (Dalrymple não é um cristão). Ele viveu e cuidou de pessoas em
países onde ditadores governaram e pessoas foram massacradas, mas ele pensava
durante muito tempo, que a menos que você tivesse esses tiranos no poder, a
maldade generalizada, o mal generalizado não era possível.
Ele gradualmente mudou
de ideia depois de ouvir inúmeras histórias e coisas horríveis que seus
pacientes tinham experimentado e feito. “Talvez
a característica mais alarmante desse mal por baixo e enraizado no íntimo do
homem, é ele ser endêmico. O que o faz estar tão próximo da concepção do pecado original é que ele é
espontâneo e não forçado. Ninguém obriga as pessoas a cometê-lo.”
Dalrymple diz que em
uma ditadura você pode “entender” as
pessoas fazendo coisas ruins para se protegerem. Mas em um país livre, como a
Grã-Bretanha, ninguém o obriga a ser mau. Na verdade, muitas vezes você vai ser
punido se você fizer o mal. E ainda assim as pessoas escolhem livremente o que
é mau. Fazem isso o tempo todo e de todas as maneiras possíveis. Quantas vezes
não fazem, mas confessam, como muitas vezes ouvi, pensar coisas terríveis e não
são feitas por motivos muitas vezes egoístas – medo das consequências - mais
desejadas. "Nunca mais", escreve ele, "vou
ser tentados a acreditar na bondade fundamental do homem, ou que o mal é algo
excepcional ou alheio à própria natureza humana" ( Our Culture,
What's Left of It ).
O pecado está em cada
coração humano. Ele é o vilão com mil faces em mil faces de vilões. É o homem que
abandona uma mulher grávida e deixa a cidade. É deixar a família e filhos por
causa de um “novo amor” – sob a desculpa de querer ser feliz a custa da
família, palavra empenhada e felicidade de outros. É a evidência da feiura do
egocentrismo disfarçado com a palavra “amor”. Como se chamássemos veneno de
essência de hortelã mudasse o que o veneno é. É o homem dizer que seus desejos sexuais é que define o que é família e casamento. É também o homem de família
respeitável que despreza sua esposa e ignora seus filhos. É a mulher mesquinha
que fala mal de todo mundo, mas é também a doce senhora que nunca diz uma
palavra indelicada mas abriga todos os tipos de ressentimentos e rancores no
peito. É o garoto que mente a seus pais... É também a criança que fica em linha
reta, cara emburrada e faz pirraça quando seus desejos são contrariados... é o
coração que admite não ser perfeito como forma de auto-justificação se refugiando
no orgulho da comparação com o que os outros estão fazendo...
O pecado é a luxúria
que leva a sociedade ver o sexo como mero entretenimento, usando outros seres
humanos como se fossem coisas... é cobiça e assassinato... Mas o pecado também
é impaciência, egocentrismo mesquinho e a necessidade de controlar tudo e
todos... Pecado é ter crises e “odiar” a si mesmo, não por seu pecado, mas
porque em seu orgulho você quer ser o mais bonito, o mais inteligente, mais
magro, mais atlético... O pecado está no desgosto com todas as pessoas que não
são o que nosso ego desejava que elas fossem para nós. O pecado não está no
fato de que o homem não se ama, mas na auto-importância que sentimos, achando
que mesmo Deus devia se curvar a nossa vontade... na auto-importância que
sentimos em nosso esnobismo intelectual para com aqueles que achamos que não são tão iluminados como nós somos, o
esnobismo estético, o esnobismo financeiro, e esnobismo do nosso gosto “refinado”...
O pecado está ajudando
e fazendo caridade porque os outros irão pensar bem de nós, que somos pessoas
boas, de bom caráter ( e jamais fazendo isso somente para a glória de Deus)...
O pecado está ajudando e fazendo caridade para que nós mesmos achemos que somos
bons... O pecado está sempre falando mais da falha dos outros, da igreja... do
que orando por eles... o pecado está recusando um milímetro de misericórdia
para os que nos ferem, quando misericórdia infinita foi dada a nós em Cristo. O
pecado ama ser apreciado pelas pessoas no que fazemos por elas e nos leva a
fazer tudo para receber os aplausos dos nossos feitos. O pecado é atribuirmos
um monte de nomes novos a velha corrupção do nosso ser. É esconder a preguiça
chamando de déficit de atenção,
chamamos o medo do homem e a falta de confiança em Deus de crise de ansiedade, é ignorar a Deus e chamar isso de vida muito ocupada...
Precisamos
desesperadamente recuperar a palavra “pecado”
em nosso vocabulário. Quando um político famoso, atleta famoso, uma
celebridade, ou um pastor, padre, pessoa comum... faz um “mea culpa” - é quase
sempre na linguagem do "Lamento ter
decepcionado tantas pessoas." Ou: "Lamento
o meu erro de julgamento." Ou, "Eu
admito que isto tem sido uma luta por mim e eu estou buscando ajuda.”
Raramente, alguém diz "Eu pequei. É indesculpável. Não posso
responsabilizar ninguém... Por favor, me perdoem. Se não perdoarem, eu seu que
seria merecido...” – Como Davi disse, por exemplo: “Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre
diante de mim. Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua
vista...” - Salmos 51:3-4
Mesmo como cristãos
encontramos maneiras de evitar a palavra pecado. Ou quando pedimos perdão,
temos tantas justificativas e ressaltamos tanto o erro dos outros que o pedido
de perdão é na verdade uma distribuição de culpas para amenizar a nossa.
Falamos mais facilmente
de nossas imperfeições, nossas falhas,
nossas dificuldades, nossas disfunções,
nossas fraquezas, nossas inseguranças, problemas psicológicos, que estamos em
processo de crescimento... Mas quantas vezes nós chamamos o pecado de "pecado"?
A Bíblia diz que o
pecado é o problema do mundo. Somos traidores, rebeldes e desleais ao nosso
Rei. Somos criaturas ingratas empinando os nossos narizes para o Criador. Somos
amantes loucos fazendo de desejos, pessoas e coisas ídolos que não podem nos
satisfazer. Temos corações poluídos que gostam do que é ruim e não gosta do que
é bom, corações corrompidos que buscam a glória própria e não somente a glória de
Deus. “E a condenação é esta: Que a luz
veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas
obras eram más” -. João 3:19 - O
pecado é o pecado que assedia a todo homem nascido em Adão.
Com exceção de Jesus, é
claro. Deus tomou “aquele que não
conheceu pecado, e o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça
de Deus.” - 2 Coríntios 5:21 –
Ou seja, o pecado pode ter mil faces se expressando em todo homem nascido em
Adão, mas a salvação tem apenas uma.
“Como
está escrito: Não há um justo, nem um sequer. Não há ninguém que entenda; Não
há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram
inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.”
- Romanos 3:10-12
Bondade essencial? Não!
Depravação total! – Até mesmo um não cristão como Theodore Dalrymple pôde ver isso – em todos, do ditador cruel ao mais simples, comum e pobre homem da
sociedade humana.