Jó podia ver muitas “mãos”
agindo – Os Sabeus levando os bois e as cabras. O fogo que matou ovelhas e
servos. Os Caldeus que roubaram os camelos. O vento que matou todos os
filhos... Mas ao se ajoelhar a espada e todas as outras coisas foram ignoradas.
O Patriarca reconheceu de forma que nossa época imatura não pode, uma única
MÃO. Ele reconhece sozinho o “Senhor” – “O Senhor que deu e o Senhor que
tirou”. Porque há tanta tristeza desnecessária, desespero, depressão,
murmuração e condição nada cristã nos momentos de nossas tribulações e
provações? Porque fixamos nosso olhar nas confusas rodas das causas secundárias
dos eventos de nossas vidas.
E porque no momento que
oramos – “Seja feita a tua vontade na terra como no céu” – não estamos de fato
orando. Sofremos na tentativa de nos levantarmos nas ‘alturas para sustentar um
argumento contra os procedimentos de Deus’.
Tapamos os ouvidos para
não escutar “Sou Eu” – “Sucederá algum mal na cidade, sem que o SENHOR o tenha
feito?” Amós 3:6. Haverá alguma gota
amarga em nosso cálice que o Senhor não tenha acrescentado? O Senhor ama muito
o seu povo para deixar ou confiar a qualquer outro seus interesses. Somos de fato
barro nas mãos do Oleiro. Somos prata nas mãos do Refinador.
É Ele,e somente Ele que
aponta os limites de nossa habitação. Deus é o autor tanto das misericordiosas
dádivas quando das tristezas; do conforto e de nossas cruzes. Ele soprou sobre
nossas narinas o fôlego de vida, e será a Sua convocação que chamará de volta o
nosso espírito ( “A Deus que o deu” ).
Considere
definitivamente sua própria vida e a vida de todas as pessoas queridas que te
cercam como um empréstimo somente. Deus sendo o grande proprietário de toda a
Sua Criação, quando entender ser o melhor momento, revoga a concessão, e toma o
que sempre foi Seu.
Tudo que recebemos é
misericórdia! Misericórdia concedida, misericórdia continuada dia a dia, e
misericórdia no tempo certo, retida. Muitas vezes Ele tira para que Ele mesmo –
e só Ele devia ter esse lugar – possa preencher o vácuo do coração com Sua
presença toda-suficiente e inefável amor. Suas dádivas não compensam Sua falta;
mas Sua presença compensa a perda de todas as dádivas. Compensa infinitamente
mais todas as nossas perdas.
Vamos confiar e nos
deleitar no amor e fidelidade do “Deus que dá” – Vamos deixar o mundo ver
nossas vidas brilharem em beleza como um arco-íris em meio as nuvens de
tempestade do “Deus que tira”. Só assim o mundo poderá ver quem é infinitamente
precioso para nós. “O Senhor deu e o Senhor tirou; bendito seja o nome do
Senhor” (Jó 1.21).
Só podemos adorar ao
contemplarmos as mãos de Deus agindo – necessário é então não ver muitas mãos
mas apenas UMA Mão em todas as coisas.
Oremos como Cristo:
“Sim, ó Pai, pois assim pareceu bem aos teus olhos!”.