Ao contrário do que tem
se tornado popular em nossos dias, o evangelho não é um mandato para que os
pecadores se salvem, redimam a humanidade, recuperem a dignidade humana (na definição humanista), garanta a
diversidade cultural, preserve o meio ambiente, elimine a pobreza do mundo,
estabeleça um reino..., ou seja o paradigma social da “salvação” mais popular na
mente do homem natural.
É sutil a troca do que
é central no evangelho por uma agenda que o mundo inteiro ache mais “bonita” e
relevante. Na verdade, o evangelho ensina expressamente que os pecadores só
podem ser justificados por meio da fé em Cristo ( nos termos bíblicos), e exclusivamente por Seu gracioso trabalho
( de Deus ) e não por qualquer mérito humano. Que Cristo veio ao mundo por
causa da sua perdição, pecado, pela glória de Deus ser roubada diariamente na
vida dos pecadores... o que coloca o
homem debaixo da Ira de Deus que só pode ser satisfeita no sacrifício
perfeito de Seu Filho. Como diz Mateus, “E dará à luz um filho e chamarás o seu
nome JESUS; porque ele salvará o seu
povo dos seus pecados. Mateus 1:21.
O sutil desvio do ponto
gravitacional central – como os princípios da Reforma como Sola Scriptura e
Sola Fide... é tão sutil quanto fatal. Porque é óbvio que um salvador do homem
em seus pecados debaixo da ira de um Deus santo, exaltando o Sola fide, baseado
somente no Sola Scriptura... jamais estará ou será agenda relevante aos olhos
do mundo.
A maioria dos que se
desviam para esta agenda que parece mais “sensível” aos olhos do mundo, não
negam abertamente (muitas vezes) alguma verdades essenciais, mas não as
ressaltam vigorosamente ou a defendem como fazem com sua “agenda sensível”. Na
verdade, semeiam a ideia que o compromisso com a agenda bíblica não passa de “fundamentalismo”.
O grande perigo de
nossos dias não está nas heresias óbvias e gritantes, está em líderes gentis, com comportamento
amigável, mas que deixam fora os fundamentos da fé, sob o pretexto de manter sintonia
com um mundo em mudança, e que até criticam as heresias óbvias e gritantes.
Nenhum cristão deve
ingenuamente imaginar que a heresia é sempre visível e que o plantador de má
teologia é alguém que não falará em ação social, cuidado com o pobre...
enquanto semeia liberalismo... A má teologia, como um câncer, se esconde e se
estabelece, ela não vem de cara limpa em termos simples e honestos. O inimigo
prefere semear o joio secretamente por razões óbvias. Assim, a Escritura nos
adverte expressamente para estar em guarda contra os falsos mestres que se
arrastam para dentro da igreja despercebidos (Judas 4); lobos que se infiltram
no bando vestindo pelo de cordeiro (Mt 7.15), e os servos de Satanás, que se
disfarçam como anjos de luz (2 Co 11.13.15).
Esta “agenda sensível”,
tão bem vista e quista pelo mundo, esse “evangelho” é solo fértil para o
liberalismo, e muitos seguem alegremente a agenda liberal numa sequência
gradual e crescente. Denunciam um mal enquanto semeiam mal ainda maior.
Os teólogos liberais
sempre foram diligentes estudantes do espírito da época. Um século atrás eles
eram conhecidos como “modernistas” porque os valores pós-iluministas foram o
PRETEXTO que eles usaram para fazer avançar a agenda liberal. Eles, como agora,
insistiam que, se a igreja se recusasse a mudar com o tempo, o próprio
cristianismo se tornaria irrelevante. Exatamente o argumento atual.
Naturalmente, “mudar com os tempos”,
se tornar “relevante”... significava cercear o evangelho de seus objetivos
centrais e essenciais, para moldá-lo a uma agenda palatável do homem natural e
daquilo que a cultura acha relevante.
Eles, como hoje, consideraram
pura loucura os pregadores ressaltarem características difíceis que soavam
primitiva e ofensiva aos ouvidos modernos como a ira de Deus, a expiação pelo
derramamento do seu sangue e especialmente, a punição eterna...
Diziam que as igrejas
que ensistissem nessas verdades
perderiam as gerações futuras, então, deveriam se acomodar ao pensamento
moderno. O mundo, em constante mutação,
mudou perifericamente algumas coisas (
essencialmente é o mesmo mundo alienado de Deus ) mas mais uma vez, não usando
o nome, os liberais ainda estão reclamando que a igreja está ficando para trás,
fora do passo do mundo e cada vez mais irrelevante. Agora, mesmo não se auto-denominando
liberais ( são seria uma boa estratégia), a linha de argumentação que eles usam
e sua agenda é a mesma.
Não podem suportar como
antes, nem acham relevante... especialmente do ódio de Deus ao pecado, a razão
pela qual Cristo de fato veio ao mundo... esvaziando o significado profundo da
cruz e substituindo por um que o mundo ache “sensível” – o exemplo de amor para
construir um mundo melhor...
Não é nenhum segredo
que o mundo sempre desprezou os aspectos essenciais da verdade bíblica. De
fato, se você desejar manter o igreja em sintonia com o mundo, terá que sempre
reavaliar e reajustar sua mensagem de vez em quando. Mas a igreja está proibida
de cortejar o espírito da época, e uma das principais razões porque o evangelho
é uma pedra de tropeço é que ele não pode ser adaptado para atender as
preferências culturais ou cosmovisões alternativas. Em vez disso, ele as
confronta.
Cuidado com líderes de
igrejas que estão mais preocupados em ser contemporâneos do que serem
doutrinariamente ortodoxos, mas preocupado com a “relevância” e metodologia do
que com a mensagem ofensiva da cruz, mas cativado com o que é politicamente
correto para a cultura do que pela Verdade.
Somos chamados não para
fazer parecer o cristianismo legal e simpático, mas para proclamar o evangelho
fielmente, incluindo as partes que o mundo geralmente sempre ridicularizou – pecado, justiça e juízo – “E, quando ele vier, convencerá o mundo do
pecado, e da justiça e do juízo.” - João
16:8
Jesus ensinou
expressamente que, se formos fiéis nessa tarefa, o Espírito Santo irá convencer
corações e chamar os fiéis a Cristo Soberanamente.