Isto. . . distingue-o
cristão, mostrando que ele é totalmente diferente daquele que não é cristão,
que pertence ao mundo. . . O choro e o luto são coisas que este mundo se
esforça para evitar a qualquer custo; toda a sua organização baseia-se na
suposição de que a tristeza precisa ser evitada.
A filosofia do mundo é:
Esqueça as suas aflições; dê-lhes as costas; faça tudo que puder para não
enfrentá-las. . . Toda a organização da vida, a paixão pelas diversões, o
dinheiro, a energia e o entusiasmo expendidos para entreter o povo, expressam
bem o grande objetivo que o mundo procura, de eliminar essa ideia de choro e
esse espírito de tristeza. Mas o Evangelho diz: «Felizes os que choram». Na
verdade, esses são os únicos felizes! (Vide também Lucas 6) . . .
Isso. . . é algo que
jamais se vê no mundo. . . isso é algo que não é tão evidente na Igreja hoje
como o foi outrora, e como transparece no Novo Testamento. . . tem conquistado
popularidade a idéia de que se nós, como cristãos, devemos atrair os
não-cristãos, devemos exibir aparência de animação e jovialidade. . . não algo
que brote de dentro, mas algo de que nos vestimos. . .
Não posso deixar de
pensar que a explicação final da condição da Igreja hodierna está num
defeituoso senso de pecado e numa defeituosa doutrina do pecado. Ligada a isso,
é claro, está a falta de compreenção da
verdadeira natureza da alegria crista... (essas coisas), ainda agindo em
conjunto, produzem necessariamente uma espécie de gente superficial e um tipo
muito insuficiente de vida cristã... Não admira que a Igreja esteja falhando em
sua missão se o seu entendimento, tanto do pecado como da alegria, e assim defeituoso e inadequado... a
convicção de pecado deve, necessariamente, preceder à conversão; um autêntico
senso de pecado tem de vir antes que possa haver verdadeira alegria da
salvação...
Assim é que muitos
passam a vida empenhados em achar essa alegria cristã... Querem a alegria à
parte da convicção de pecado. Mas isso é impossível; nunca poderá ser obtido.
Studies in the Sermon on the
Mount, i. p. 53-6.